Essa semana, vimos mais um caso chocante de agressão dentro de uma sala de aula, quando a professora de português Eliana da Cunha Lopes, 61 anos, que leciona há 40, foi agredida por um aluno de 13 anos ao obrigá-lo à desligar o aparelho MP3 player, que insistia em ouvir durante a aula. Eliana teve fraturas na mão esquerda, além do trauma diante da violência. O caso aconteceu em São Paulo, mas esse é um problema que atinge todo o país.
Quando fui vereador em Belém, entre 2004 e 2006, fiz vários debates e audiências públicas sobre uma das consequências decorrentes da violência nas escolas: a Fobia Escolar. Este é um grave problema que ultrapassa a fronteira da Segurança e da Educação e atinge a Saúde Pública. Cada vez mais professores sofrem de uma síndrome de do esgotamento profissional, conhecida como síndrome de Burnout.
A doença foi descoberta e batizada nos anos 70 e o nome vem da expressão em inglês to burn out, ou seja, queimar completamente, consumir-se. O professor que desenvolve fobia escolar sente um pavor profundo da escola e da sala de aula, acompanhado de alterações físicas como palpitações e tremores. Além da Síndrome de Burnout, o excesso de trabalho profissional em casa, indisciplina em sala de aula, violências, tudo provoca traumas como estresse, ansiedade e depressão.
É preciso que a questão da violência escolar seja tratada como algo que precisa ser debatido com todos: pais, professores, autoridades e alunos. Somente juntando forças, discutindo, elaborando bons projetos de inclusão, de melhoria das condições de vida dos professores, e outras medidas, é que superaremos esses problemas e teremos uma educação de qualidade.
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